12 março, 2005

A conversa das olheiras foi ontem de manhã, tinha-a guardado na memória, embora já um pouco alterada pelos trajectos "labirinticos" do meu mapa interno. No entanto mais ou menos, reproduzi-a com a integridade do que vale a pena. Tirei as exclamações repetitivas de uma e de outra parte, que confesso foram em maior numero na realidade.
De manhã as coisas têm outra importância. Não se bebeu ainda nada. Não se está cansada nem com as capacidades diminuídas. A vontade de recostar ainda não é infinita. Não tenho razão para não perceber onde não "encaixo" como se fosse uma marciana. Acabo a subir a rua e a pensar, a culpa é minha, provavelmente trago alguma porcaria cravada na expressão ou no olhar e que não admito quando sou interrogada.
No mínimo devia perceber que estou a ser interrogada.
Quase sempre esqueço tudo. Isto quando não me perguntam mais tarde uma qualquer coisa referente àquilo. Ás vezes acho que estou a perder a paciência. Eu não era assim, tinha muitos mais sorrisos e menos palavras. Não me "saíam nabos da púcara" sem que eu quisesse ou pelo menos reparasse.
Pode ser a cabeça a navegar longe, a navegar com as ondas a bordo (em vez de lá fora).
Ando em viagem, pelo mundo, do outro lado. Regresso para beber, comer e cumprimentar os amigos... E salto logo para lá de novo.
Os espelhos tambem me disseram à bocadinho que estou a precisar de um corrector de olheiras, ou então de uma razão assim tambem bonita para as ter.

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