21 dezembro, 2006

Gostava mais de ti



É quando se está mais perto, ou muito perto ou há muito tempo, que deixamos de nos esforçar. É como uma condição... E é pena. Não posso dizer que seja uma condição mais masculina que feminina. Não é.
E se é precisa lenha para o fogo arder, não sei. O Romeu talvez sinta que suspenso, o beijo fica mais valioso. Alguns não Romeus nem se suspendem porque não estão para isso. Depois, tudo bem misturado dá nisto de tentar decifrar o que é importante para eles e para elas. O que uns procuram nos astrónomos e outros nos bailarinos...
Gostava mais de ti se ao chegar a casa, tivesses cozinhado o meu prato preferido, mo servisses bem quente enquanto eu desapertava o nó da gravata, e não dissesses absolutamente nada, como se tivesses passado todo o dia a olhar para as estrelas e optasses por me dedicar a noite da terra. Perto, tão perto que soubesses de cór todas as histórias da minha imaginação. E continuasses suspensa. E eu, suspenso.
Gostava mais de ti, penso eu. Mais, um bocadinho.
(foto - Royal Danish Ballet - Susanne Grinder)