29 julho, 2005

Desejos

Melhor dar-te algo que gostas...
A ideia da árvore dos desejos agrada-me. Sentamo-nos por baixo, fechamos os olhos e pedimos. Não sei o que te dar depois de um dia que não foi bom. Teve aqueles momentos melhores, a Nanny Mcphee e o Belarmino... Depois lá nos afundámos na luta pelo espáço da razão e fomos estragando tudo.
Mas voltando ao que gostas...
Espero que gostes.






26 julho, 2005

O tempo destrói


Monica Bellucci

Irréversible.

Parce que le temps détruit tout. Parce ce que certains actes sont irréparables. Parce que l'homme est un animal. Parce que le désir de vengeance est une pulsion naturelle. Parce ce que la plupart des crimes restent impunis. Parce ce que la perte de l'être aimé détruit comme la foudre. Parce ce que l'amour est source de vie. Parce ce que dans un monde bien fait le tunnel rouge n’existerait pas. Parce ce que les prémonitions ne changent pas le cours des choses.

Parce ce que le temps révèle tout.
Le pire et le meilleur.

Porque o tempo destrói tudo. Porque certos actos são irreparáveis. Porque o homem é um animal. Porque o desejo de vingânça pulsa naturalmente. Porque a maior parte dos crimes ficam impunes. Porque a perda do ser amado destrói como um golpe. Porque o amor é uma forma de vida. Porque num mundo bem feito o túnel vermelho não existiria. Porque as premonições não mudam o curso das coisas.

Porque o tempo revela tudo.
O pior e o melhor.

E isto serve para nós. Para todo o estado das coisas. Para os animais que somos quando o amor não é apenas a nossa única forma de vida.
Mesmo que eu preveja. Mesmo que às vezes pareça que até acertamos. E os sonhos nos avisem sobre a realidade.
Depois quando tudo acabar, deixamos de querer saber se o outro atravessa o túnel em segurânça.
É da beleza que vamos atrás. Da beleza que conseguimos ver com os olhos do coração que temos. E que só o tempo revela.

22 julho, 2005

Taras


Meg Tilly em Body Snatchers

Acabei por aceitar o desafio, imaginar as minhas taras, Todas... muitas... As que conseguir...
Juntas... a sobreporem-se... a atropelarem-se umas às outras. Todas as taras que for possivel imaginar. Sem vinho.
Depois até a noção se vai. Perde-se pelo pensamento. O que são taras? Já não fáz sentido.
E as espécies de loucuras suaves já não têm nome. Consigo imaginar. E conto mais uma por conseguir imaginar.
Adormeço a rir... (outra)

16 julho, 2005

Fico à tua espera




Ah pois! A chave da cela onde me prendeu. Como algo te diz que eu tinha que estar fechada numa cela e logo com a chave em posse do senhor mestre (tal), deve ser o tal desejo secreto, sempre menos secreto quando te atacam os ciúmes doentes que o universo acha razoáveis e até bastante significativos de bem querer.
A chave da cela está debaixo da almofada dele, na cama onde dorme com as que lhe vão apetecendo. Mas só à noite quando lá tem a cabeça porque de dia leva-a com ele para os lagos verdes onde mergulha. Ou pseudo-mergulha... que isto são só mentiras de cineminha.
E enquanto vais e não voltas com a chave. cá fico sentada na minha nuvem cinzenta de algodão, assim a chuva só me molha as pernas por baixo, se as pendurar para espreitar.

14 julho, 2005

Imagens


cavalos romanos

The Romans were pushed back, but held their line.Many of the barbarians' horses were wounded by spears, while others reared up and threw their horsemen, who ended up on the iron spikes.The combact was fierce, man against man, sword against sword. The defenders knew that every instant gained meant ground gained for Aurelius, and this could mean the salvation of the entire legion.

Aurelius conseguiu. Antes de entrar na floresta lançou um ultimo olhar aos seus camaradas que estavam a ser dominados pelo inimigo. Torna-se fácil imaginar, a cabeça cria um cenário que é muito mais do que o cenário provavel, é o cenário "automático" da nossa capacidade de criação, um pouco o "filho" da nossa emoção. O cavalo, o olhar dele, a vegetação, todo o campo de batalha.

Mais tarde, o filme não será como imaginei mas se se aproximar ou se me surpreender fico feliz. Caso contrário é uma decepção.
É assim que funcionam as cabeças, cada uma é soberana da sua opinião, só que tendo chegado à sua brilhante conclusão através do seu único medidor interno (ela própria) só pode essa verdade valer para si. Há depois quem se deixe convencer pelos argumentos. E há quem não consiga fazer com as imagens ou as palavras, passem a valer mais do que o que a sua cabeça imaginou com outras imagens e outras palavras.
Sim, ao Aurelius, estou a vê-lo.

Aurelius had reached the far end of the plain and turned around before bounding into the forest of oak trees before him. The last thing he saw was his comrades being overrun by the relentless vehemence of the enemy.
If Aurelius is lucky he'll get there sometime in the middle of the night. The reinforcements could leave at dawn and be here in two days' time.

13 julho, 2005

Mudei de computador


Marilyn Monroe

Hoje foi o resto da loucura de passar para o novo computador o que afinal ainda faltava, tipo o Hello que não estava instalado e as fotos que esqueci de passar ontem. Finalmente já está.
Esta foto da Marilyn repousou-me e acalmou-me, mas falta-me imprimir umas folhas para amanhã que já estava a esquecer, por isso não dá para ir dormir já. Vou buscar um sumo e ficar por aqui mais um tempo... E ainda bem que me consegui lembrar!

10 julho, 2005

Começar a ler




Nada para escrever... Nada para dizer... A não ser o mesmo.
Lá chegou o meu "Last Legion", lá vou devorá-lo sem conseguir dar-me tempo a mim mesma de o saborear, o que depois lamento imenso.
Mas fico a saboreá-lo pela eternidade cada vez que me lembro.
Aconteceu-me imensas vezes com inumeros livros que o coração "adoptou".
Tenho deixado passar o tempo, esperáva lê-lo mais próximo do filme sair, agora já está, já o tenho e não lhe resisto.

07 julho, 2005

O que nos move


Boneca

Bonecas de porcelana, que todos acham bonitas. Espantava-me era que vissem beleza nos cactos do deserto, não me espanta que achem bonitas as mulheres que já o meu tetra-avô achava bonitas. Sim, chamo de novo os meus antepassados... É que em matéria de interesse e adoração, o sentimento está ali mesmo à flor da pele, brilhou é ouro! Foi assim e vai continuar assim. Por tempos e tempos... E para sempre... E por sempre. Com a facilidade de se poder explicar o que se ama porque, quem não amaría? Ou não se daría a si próprio uma chance de amar?
Alguêm me diz: Diz-me quem amas, dirte-ei o que te move.
Provavelmente o que me move tem um secreto significado... E o que te move (move tanta gente), brilha.

05 julho, 2005

always a dancer


Meg Tilly

Sei que a foto não está nas melhores condições mas é bonita.
Bonita por mais razões do que o simples facto de ser a Meg Tilly, mas principalmente por essa razão, ser mesmo a Meg Tilly! ;)

01 julho, 2005

Dormir, talvez sonhar


PaulWard

Somos pequeninos e os nossos problemas são maiores que nós.

Hamlet

To be, or not to be: that is the question:
Whether’tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles
And by opposing end them. To die: to sleep;
No more; and by a sleep to say we end
The heart-ache and the thousand natural shocks
That flesh is heir to,’tis a consummation
Devoutly to be wished. To die, to sleep;
To sleep: perchance to dream; aye, there’s the rub;
For in that sleep of death what dreams may come,
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause: there’s the respect
That makes calamity of so long life;
For who would bear the whips and scorns of time,
The oppressor’s wrong, the proud man’s contumely,
The pangs of despised love, the law’s delay,
The insolence of office, and the spurns
That patient merit of the unworthy takes,
When he himself might his quietus make
With a bare bodkin? who would fardels bear,
To grunt and sweat under a weary life,
But that the dread of something after death,
The undiscover’d country from whose bourn
No traveler returns, puzzles the will
And makes us rather bear those ills we have
Than fly to others that we know not of?
Thus conscience does make cowards of us all,
And thus the native hue of resolution
Is sicklied o’er with the pale cast of thought,
And enterprises of great pith and moment
With this regard their currents turn awry
And lose the name of action. (William Shakespeare)


Ser ou não ser; essa é toda a questão:
Se mais nobre é em mente suportar
Dardos e flechas de ultrajante sina
Ou tomar armas contra um mar de angústias
E firme, dar-lhes fim. Morrer: dormir;
Não mais; dizer que um sono porá fim
À dor do coração e aos mil embates
De que é herdeira a carne!... é um desenlace
A aspirar com fervor. Morrer, dormir;
Dormir, talvez sonhar: eis o dilema,
Pois no sono da morte quaisquer sonhos
- Ao nos livrarmos deste caos mortal -
A paz nos devem dar. Esta é a razão
De a vida longa ser calamidade,
Pois quem do mundo os males sofreria:
A injustiça, a opressão, a vã injúria,
O amor magoado, as delongas da lei,
O abuso do poder e a humilhação
Que do indigno o valoroso sofre,
Quando ele próprio a paz encontraria
Em seu punhal? Quem fardo arrastaria,
Grunhindo, suarento, em triste vida,
Senão porque o pavor do após-a-morte
- Ignota região de cujas linhas
Não se volta - a vontade nos confunde
E nos faz preferir males que temos
A buscar outros que desconhecemos?
Assim nos faz covardes a consciência,
E o natural fulgor da decisão
Sucumbe à débil luz da reflexão;
E assim projetos de vigor e urgência
Em vista disto seus cursos desviam
E perdem o nome de ação.