29 abril, 2005

Tão querida


StephaneBourson

Fiquei angustiada. Em algum momento da nossa tarde algo virou cá dentro e apagaram-se as luzes. Não foi nada em concreto, veio-me aquela ideia que de vez em quando alguêm mete uma mão dentro de nós e passamos a falar como fantoches, a mão mexe e a voz é a nossa, mas o dia não é um dia favoravel e está tudo a postos para nos ganhar na luta. Dia de não fazer ondas, de não contrariar nada senão todo o universo nos contraria. Se isto é tensão? Pode ser. Aquela dos dias inimigos. Penso que é sempre é a importância que se dá. E eu hoje dou. a tudo! Ao rolo do papel higiénico que estava torto e que caiu quando lhe ía chegar e rolou até à porta. Acho que são lágrimas a querer sair, devo ter esgotado a capacidade de armazenamento.
Não te dou beijos? Desculpa. É que tu tens aquela imagem que faz sair de mim a parte que não é querida, não te sei dizer porquê, mas quando disseste isso saiu a querida e a querida ficou, por isso a angustia... E a fraqueza e a mensagem de há pouco. A querida não é muito minha amiga. É amiga das pessoas todas à minha volta, mas não é minha. Agora acabo de beber o chá e mato-a. Assim de repente com um susto. Para que eu não tenha medo das coisas que as queridas têm.

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