04 agosto, 2005

Se tiver uma janela



Para que vivesse para sempre nesse campo verde.
Onde só avistasse a continuação da erva e das árvores.
E o permanente sentimento de que estava longe e morava longe de tudo.
A verdadeira calma, que aí teria mesmo a tal cor verde que em mim nunca teve.
Para que pudesse acordar e saber que ali é o lugar mais perfeito do mundo.
Precisava de uma janela daquelas onde pudesse ver o que passeio em mim.
Quando se está bem, não se anseia ou se tem pressa.
Pode ser porque se conseguiu ser verdadeiramente feliz,
ou então quando se envelhece e já não se tem nada mais a fazer porque nada se vai alterar.
Por isso é fácil ouvir dizer que bom que é acabar os meus dias no campo.
Eu apenas sinto que lá, terei que ter sempre uma janela onde verei o que passeio em mim.
Já a tenho na cidade.

(foto-Colin Firth como Mark Darcy em "Pride and Prejudice)

3 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia!
Gostei do teu campo... só n estou de acordo qd dizes "quando se envelhece e já não se tem nada mais a fazer porque nada se vai alterar"... Isto é mais um "campo de morte" :)
E depois, a não ser que seja uma velhice debil ou doente, podem-se fazer tantas coisas e podem-se alterar tantas coisas... Se for no "campo artistico" então... :)

Anónimo disse...

sim, se formos picasso. Senão somos menos ansiosos com a idade, é o que naturalmente acontece.

Anónimo disse...

Não é preciso ser como eu ó baleia... ser menos ansioso é compensado com a calma, a razão, a experiencia...
:)