04 novembro, 2005

E depois outro beijo



Trocávamos de lugar, mas não podemos...
Ouvias-me falar o que tu falas e percebias como invisto o amor quando o meu amor é um investimento.
Claro que não tenho sempre a certeza do que te importa. Não serias magoado pelas mesmas palavras que me magoam a mim e aí foi um erro dizer-te que bastava mudarmos de lugar para que me passasses a entender.
O que sei é que não te digo as mesmas coisas que me dizes e que isso já te põe no lugar confortável que só deixa de o ser quando me ponho a falar demais sobre o que tens e que eu desgosto, mas mesmo aí tu interpretas como sendo eu a magoar-te, as tais manifestações de raiva e isso retira-me a culpa. Como é confortável alguêm te magoar apenas porque te quer atingir.
Deves ter dentro de ti a tal bola de sabão bem cheia de cor que te fáz acreditar no meu amor.
E eu tenho a bola que tenho, sei lá com que tamanho que me fáz acreditar no teu. Gosto que ela dependa ( a minha fé no teu amor) das tuas percepções de sentimento pelas outras mulheres que amas. Quando não for assim, provavelmente serei como tu. E ainda bem que não sou. Sinto que tenho um espaço... E que esse espaço tem uma sombra, reconheço-a sem que ninguêm me diga que sombra de pessoa é. É essa sombra que eu consigo ou não amar, com ou sem ciúmes.
A importância não me chega em embalagens fechadas às quintas e sábados pelo correio internacional.
Entendo isso como uma reacção a tudo o que se passa à tua volta e acho caracteristico de uma forma de amar que não sendo a minha não posso achar condenável. Só posso dizer que formas de amar eu prefiro e foi isso que fiz, é isso que faço, mais constantemente do que devia, eu sei, e provavelmente nem sempre da melhor forma.
Defeitos... São... Existem deste tamanho. Outros maiores. São bons e maus. Tornam tudo bom ou mau à minha volta. E não é assim com toda a gente?
Ora ainda bem. Já me estavas a fazer sentir estranha.


(Colin Firth, Mena Suvari, - Trauma)

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto ás palavras não vou comentar... Apenas digo que é bom vir cá e encontrar um texto, seja ele qual for, onde sinto que me procuras... Ás vezes não fico feliz com eles, mas, dá para não ficar triste... mas como disse, não vou falar dele. Prefiro a foto. Gostei! E agora, substituindo os personagens, revejo momentos de fusão entre tu e eu... Esses sim, felizes! Momentos das palavras caladas onde o amor e todas as sensações que dele derivam, são mais importantes que todas as palavras ditas.