18 dezembro, 2010

É um e-mail para ti... É uma carta!

Sabes que fiquei a pensar?
O costume é tu acelerares no Natal para entregares o trabalho ainda este ano. O costume é eu vir escrever palavras aqui e depois dizer-te, vês fui lá escrever. Tu ris. Eu sinto que é mais um ano. E seguimos.
E este que foi o ano do Mar Morto... Eu sinto que me deixei mudar por não sei quê.
No outro dia parava na estrada e entristecia, já estava tão escuro... Tu depois disseste:
- Estou prá qui enrolado nas folhas que deviam ter 3 cms de margem e afinal estão com 2,5.
Vais-te esquecer disso, para o ano será outro o problema.
Eu já não posso esquecer porque o estou a escrever.
E parece triste, não é?
Parece-me como um almoço a que foi hoje que era para festejar um aniversário mas minutos antes de lá chegar soube-se que a mãe de um dos presentes, tinha falecido.
O dia já estava triste, chovia imenso, estava tudo escuro, mas lá veio um empregado dizer que tinhamos que nos despachar a comer, porque à noite havia uma festa de Natal de uma empresa e a sala tinha que fechar às quatro.
E isto é porque há uma vida dentro de nós que não corresponde à vida fora de nós. Então sorrimos, dizemos "tudo bem" e sorrimos mais ainda, não só por ser Natal de facto, o tempo dos sorrisos, mas porque sim, compreendemos.
E quando é uma grande chatice o que compreendemos e quando até sabemos que não iríamos, muito provavelmente, passar das quatro, porque era apenas uma e meia da tarde... Ainda compreendemos mais ! Que há sempre gente muito preocupada com o que tem que fazer e há sempre gente a quem não devemos dizer absolutamente nada do que se passa conosco.
Era um dia triste, não por ter morrido alguem que eu não conhecia no aniversário de quem eu conhecia, mas porque havia uma falta de paciencia na paciência que todos tivemos quando o homem falou. E ninguêm disse nada.
Este Natal, desejo que consigas entregar tudo a horas e que não se esgote o teu tempo nem a tua páz.
Andas nas compras?
Eu deixei para amanhã, sempre o ultimo domingo! Já fáz parte do plano!
E olha, parece um e-mail para ti, este post.
É um e-mail para ti...
É uma carta!




11 dezembro, 2009

As palavras não servem de muito

Afinal as palavras não servem para muito, nem servem de muito.
Estragam, a maior parte das vezes.
Tanta força que pomos no dizer as coisas e tão pouca na ilusão de as podermos dizer exactamente ao contrário,
Seria bom poder imaginar muito mais e por isso amar muito mais. Em vez de simplesmente amar por um dos fracos cinco sentidos e deixar de amar por outro.
Os livros tambem não dizem a mesma coisa a toda a gente, embora esteja tudo lá o que se quis dizer. E quando mergulho há tantas palavras por cada gota de àgua. E que podiam servir para tanto mas não servem para nada.
Nem para perceber se há diferença entre morrer de raiva e andar de metro.
E falar devia ser mais como morrer de raiva e menos como percorrer estações para chegar àquela em que se sai. Para que com pouco dos nossos sentidos se conseguisse perceber o que é de facto importante. Que serve para muito e serve de muito.
Imagino que amar seja mais ou menos parecido com o que sinto quando mergulho... Muitas palavras por cada gota de àgua e os sentidos semi-despertos de quem se vai "afundar", mas com muita força, numa ilusão.

04 agosto, 2009

Ainda

Vim ver o sol daqui de onde me posso recordar de mim, ainda.
Gosto de dizer, ainda.
Se pensasse agora na quantidade de coisas que não pude dizer às pessoas para não as magoar...
Gostava de mim, ainda, se as tivesse dito todas uma a uma. Gostava de mim mais...
Agora acho que sim.
E tu vais de férias para um lugar bonito e sem saber vais trocar o que és pelo que vês.
Claro que isto digo eu, que vivo com a alma da velha que perdeu o tino há muito tempo. Nada que um jovem como tu entenda. Nada que eu entenda quando me transformo em bailarina.
Agora aqui para nós, ver o sol daqui, voltar a ver o sol daqui fáz-me amolecer o corpo como o da osga molhada, fáz-me ficar parada à espera de palavras e elas crescem-me na boca e eu digo-tas escrevendo. Vou ter saudades tuas. E ainda bem. Mas como sou poeta, sei que o que vai é um e o que vem é outro. Como a barriga da mamã que cresce todos os dias mais um bocadinho.

02 maio, 2009

Deixa lá

Podemos falar para sempre das razões que há para se gostar. Todos os exemplos de uma vida de tudo o que gostaste. Totalmente, aos bocadinhos, por ter beleza, por ter palavras que te fazem sonhar, por ser tua ou por não ser. Gostas porque queres. Tudo o que vês, queres porque sim.
Eu agora queria aquela musica da Ana Moura para fazer um filme, mas não a encontro, encontro as outras todas... e talvez só por isso queira exactamente esta.
O macaco que detestas pode ter a mesma magia que o ser perfeito que precisas que vejam em ti.
Podemos "complexar-nos" para toda a eternidade com o que quer que seja e discutir o mundo e as pessoas... E estar contra ou a favor. Interessa que fáça sentido para cada um de nós o que está a fazer, a discutir ou a ver, senão é tempo morto, é paragem à espera do dia de voltar a viver, ou da musica que se quer de facto trabalhar, sei lá...
Sei lá o que tiras do que digo. Ou se consigo dizer alguma coisa do que penso. às vezes vivemos uma ilusão tão grande e é tão bom, outras vivemos verdades tão sem cor.
Sim, podes chegar ao dia 17 e perceber que não queres discutir, podes querer carinhos e sorrisos e passeios calmos à beira mar. E essa liberdade é magnífica. Terás as tuas razões. E olha, é disso que falo tantas vezes, das pessoas submersas na razão, algo que não tem discussão de facto, que serve talvez para me separar do mundo, tornar-me invisível aos monstros belos do meu planeta...
E a ti...
Porque tambem, magníficamente quando depressa queremos fugir da fera, mais depressa a fera pressente o medo e ataca.
Que giro que é viver!
Vamos falando
E quando nos sai chuva pela boca
e perdes a vontade...
Deixa lá.

07 fevereiro, 2009

Que nome dar a isto? Meg?

Não queria ficar para sempre no Natal, até porque não gosto dele. Resolvi sair de repente, assim meio a correr e aqui estou.
O tempo pássa e um dia dedicamos tempo a isto ou áquilo e encontramos o momento exacto em que parámos. Nós todos. Até a outra maluca! É essa a nossa liberdade, poder dizer "não volto mais aqui" e não importa... E não importa mais nada. Aquele poeta brincava aos que mudam de opinião. E às vezes parece que mudámos sem mudar. Dizia-te eu que Ela era forte, pois é! E acho. Mas acho que é como uma menina inconsequênte do tipo que saltita pelos parques de vestido às cores e laçinhos no cabelo. Mas forte. Sabe fazer cara de má e é profundamente consciente da sua solidão. Ainda a hei-de ver num filme novamente, porque se não vir, é só por acaso que está a fazer outra coisa. E o poeta se a visse acharia que tinha mudado, mas não, só se muda o que os outros veem, ela está toda naquilo que é. Estava quando ainda era muda e eu adivinhava e está agora quando tenho mesmo de me esforçar para que não me desiluda com a frase dramática que deu ao "vou ali já venho". Espero que não volte. Ou espero que o faça com uma subtileza elegante que pode ser que ainda vá aprender a ter. Que não se espante e que não exclame.
O belo é que gostamos das coisas por nós. E eu posso ainda gostar dela por mim.
Acho que posso. Quer dizer...

08 dezembro, 2008

Natal

Vê lá, o Natal é como aquela etapa cansativa do percurso que tenho que atravessar, há luzes e cores como quando era menina, há mais sorrisos e mais lágrimas e eu não me encontro fácilmente em nada.
O Natal é tão bom como é mau e por isso cansa-me. Sinto-me a balança das intenções e das ações dos outros e peso no meu sentido de humor estranho o que me dizem nas suas profundidades ou nas suas superficialidades... e deve ser isso que eu peso... e detesto. Mas implico.
Eu até acho que a minha formula é simples, é aquela da paixão da vitima pelo raptor. Para tudo há um ponto médio que é preciso alcançar e rápidamente o meu cérebro processa a conta até ao numero final que não pode ser nem muito alto nem muito baixo. Dispo, eu sei... Dispo tudo para sentir se gosto, se me cai bem a forma que tem. E no Natal custa mais porque há mais formas, há mais conversas e mais motivos. Não se pode tão fácilmente fechar a porta ou passar sem olhar. Às vezes desato a rir de mim, será que me apetece ser antipática para equilibrar... ?

08 outubro, 2008